Ausências ®
29/12/2009 at 12:36 PM 22 comentários
Sonhei com o Rafael e a Fernanda essa noite. De tanta vontade de abraçá-los, sonhei que falávamos ao telefone e, sonhando, eles escorregavam por dentro do aparelho, entre fios e chips, gargalhando, como se o celular fosse um tobogã. Consegui, em sonho, trazê-los da França, brincando, até me abraçarem forte e me contarem coisas e me deixarem sossegada no meu sonho-diversão aqui distante no Brasil.
*
Tomei um capuccino no café da manhã. Sentado ao meu lado, um rapaz com mochila e um violão. Sobre a mesa, três livros: uma biografia do José Artigas, um de poemas do Neruda e O Pequeno Príncipe, do Exupéry. Trocamos um educado bom dia e um sorriso sem graça. Ficamos mergulhados na moldura preguiçosa do dia que havia acabado de nascer. Ouvi a conversa, em tom baixo, entre ele e o garçom. Estava na cidade desde o dia anterior e esperava por alguma moça que chegaria antes do amanhecer.
Eu não quis mencionar, mas a ausência continuaria sendo a sua mais leal companhia.
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1. Marininha | 29/12/2009 às 12:55 PM
Uia… imaginação ou fato???
2. marjoriebier | 29/12/2009 às 1:23 PM
O que você prefere?
3. Rafael Dreweck | 29/12/2009 às 1:04 PM
Merde! Danda rêvait aussi de vous.
4. marjoriebier | 29/12/2009 às 1:23 PM
Vraiment? Ce qu’elle a rêvé?
Dites-lui que j’ai envoyé un baiser
5. Clau | 29/12/2009 às 1:21 PM
Aiaiai… o Rafa vai se sentir!!! ahuahuahuahuahu
Coitado do cara, Maggie. Deixa ele sonhar.
6. marjoriebier | 29/12/2009 às 1:24 PM
Eu deixei!
7. Renata | 29/12/2009 às 1:32 PM
Há ausências que nos acompanham…
8. marjoriebier | 29/12/2009 às 1:37 PM
Re e seus comentários precisos…
Mudei o título só por causa disso (obrigada, flor)
beijo
9. Rafaela | 29/12/2009 às 2:05 PM
‘… não há falta na ausência, a ausência é um estar em mim, e sinto-a branca tão pegada aconchegada nos meus braços, q rio e danço e invento exclamações alegres. pq a ausência, essa ausência assimilada, ngm rouba mais de mim…’
é um negócio mto estranho, mas eu li isso certa vez, não sei onde, (descobri q era do Drummond) e nunca mais esqueci!
deve ser a mesma assimilação _tatuada em mim.
lindo, flô!
e o texto tem todo um tom ‘francopoético’, daqueles de q falo, q lhe é análogo…
beijo, amada
10. marjoriebier | 29/12/2009 às 2:45 PM
Ah, o Drummond… ele tem outro poema que eu gosto e que, de certa forma, o finzinho cabe aqui:
As coisas tangíveis
tornam-se insensíveis
à palma da mão
mas as coisas findas
muito mais que lindas
essas ficarão
11. Régis Antônio Coimbra | 29/12/2009 às 2:30 PM
O tema mais do que o clima lembrou-me da canção “Estrada branca”, do Tom e do Edu Lobo, cuja primeira estrofe explicita:
“Estrada branca, lua branca, noite alta
Tua falta caminhando,
Caminhando, caminhando ao lado meu”
Curioso Rafaela sentir a ausência “branca”; lembrou-me de Melville (ou pelo menos Ishmael, em “Moby Dick”) vendo na brancura algo de assustador… e reforçou-me a lembrança da canção de Tom e Edu.
12. marjoriebier | 29/12/2009 às 2:43 PM
Para a luz, o branco é a união de todas as cores. Talvez por isso assuste.
13. Enrico | 29/12/2009 às 2:55 PM
Eu também lembrei de uma música, mas da Elizeth cardoso…
“Saudade
Torrente de paixâo
Emoção diferente
Que aniquila a vida da gente
Uma dor que não sei de onde vem!
Deixaste meu coração vazio
Deixaste saudade
Ao desprezares aquela amizade”
Gosto quando você pensa alto. Linda.
14. marjoriebier | 29/12/2009 às 4:17 PM
O Caetano regravou, né?! Acho tão bonita…
=*
Lindo você.
15. Luana | 29/12/2009 às 4:44 PM
Marjorie não pára nunca de olhar. Exatamente por isso vê tanto, amadinha…
16. marjoriebier | 29/12/2009 às 4:51 PM
É preciso abrir as cortinas, Lu…
17. ℓυηα | 29/12/2009 às 6:45 PM
Será que ele teve a mesma sorte, e sonhou com a moça, brincando em um celular tobogã? Vou crer que sim, porque achei bonito, o sonho…
Beijo, beijo.
ℓυηα
18. marjoriebier | 29/12/2009 às 6:53 PM
Quem não brinca sonhando jamais vai sonhar brincando, né?!
beijo, querida
19. Miss | 30/12/2009 às 4:46 PM
“A minha vida toda
eu andei procurando-as.
Subi muitas escadas,
cruzei os recifes,
os trens me transportaram,
as águas me trouxeram,
e na pele das uvas
achei que te tocava.
De repente a madeira
me trouxe o teu contacto,
a amêndoa me anunciava
suavidades secretas,
até que as tuas mãos
envolveram meu peito
e ali como duas asas
repousaram da viagem.”
(Trecho de “Tuas mãos” – Neruda)
Ele é o máximo, né?
Adorei teu sonho… a saudade faz cada coisa, né? 😉
Beijocas e obrigada pela visitinha! Fiquei feliz que tenha gostado do lay! 😉
Ps. Já te desejei Feliz Ano Novo? Já, né? Tem nada não… Feliz Ano Novo de novo, gatona! 😉
20. marjoriebier | 30/12/2009 às 4:53 PM
Neruda também dizia que a verdade é que não há verdade… gosto muito dele!!!
Um beijo, linda!!!
21. Fabio Zen | 30/12/2009 às 6:21 PM
Solidão a dois,a três é sentimento recorrente e de certa forma cria o cenário para um perfeito reencontro!Ou não…(caetanice etérea hahaha!)
22. marjoriebier | 30/12/2009 às 6:30 PM
No caso, o reencontro (será!?) não aconteceu. E eu soube disso depois.
Vai Caetaneando aí que eu acompanho daqui!
beijo beijo